quarta-feira, 27 de junho de 2012

Resumo do Filme: A primeira Vista


Quando conhecemos verdadeiramente um local não precisamos ver para saber onde está cada coisa, onde fica a mesa e suas cadeiras, a televisão, a geladeira, o sofá, o guarda-roupa, a pia. Se por um instante qualquer fecharmos nossos olhos e apalparmos objetos, o veremos de forma diferente mas o sentiremos ali. Com um toque podemos enxergar uma infinidade de coisas que talvez nem prestemos atenção no decorrer do dia, é como uma ponte que possibilita-nos experimentar uma nova sensação.
Imagine um homem que acidentalmente perdeu a visão quando criança e desde então teve que se adaptar a um novo estilo de vida e assim viveu muitos anos. Ele não tem noção de profundidade, perspectiva e tão pouco noção espacial, mas ele consegue atravessar a rua, ouvir o barulho da chuva, saber onde tem uma goteira no teto só pelo barulho diferente que faz, ele sabe onde ficam as cadeiras da mesa de jantar e onde seu cachorro vai está quando chegar da rua. Já imaginou um cego andando de patins? Não é hilário. É surpreendente, andar de patins no gelo e ainda conduzir sua dama nessa dança.
Se esse mesmo cego voltar a enxergar um dia, ele era acostumado a pegar um maça e pelo formato, cheiro e gosto sabia que era uma maça, ele passou a enxergar e mostramos á ele uma fotografia de uma maça, ela vai querer pegar igual ele pega uma maça de verdade, isso porque ele não tem noção de profundidade, para ele uma maça é uma maça, não precisar ter mais, é simples. Quem vai explicar para um cego que existe fotografia e imagens lançadas em revistas, jornais, cartazes e que essas imagens são recriações de coisas já existentes e que ele não pode pegar nessas imagens como ele pega uma maça por exemplo.
Como explicar também a questão das cores? Se você come arroz, feijão, carne e salada a sua vida toda e só consegue saber qual é qual se ingerir e decifrar pelo gosto, então um dia voltou a enxergar e viu que tudo o que comia antes, tinha uma cor e assim acontece o mesmo com bebidas, você toma sua de laranja, de morango, de uva, de limão, bebe água, toma Coca-cola e um belo dia colocam vários recipientes com líquidos e pedem para descobrir qual é qual pela cor. Um cego não conseguirá desenvolver a atividade, pois ele não conhece as cores, ele não sabe que suco de laranja é laranjado ou amarelo, que suco de limão é verde e que a Coca-cola é preta.
Como passar na rua e ver o carro se aproximando mas não saber que se ele se aproximar demais você é atropelado. Antes um cego sabia se podia atravessar ou não pelo som que emitia dos carros e hoje enxergando, ele tem outro recurso chamado Olhos mas que para ele não tem tanta serventia.
Sinceramente acha que para uma pessoa voltar a enxergar é fácil? Todos pensam na parte boa de ter visão, embora não se preocupem se ele se sentirá deslocado ou não, se ele realmente não gostava daquela vida “organizada” que tinha.
Enxergar não é algo fácil, não é simplesmente olhar e pronto. Presenciamos tantas imagens nas ruas que para nós se tornaram comum demais para chamar nossa atenção, temos noção de profundidade mas talvez não a usemos muito, tantas imagens vêem até nós e simplesmente rejeitamos.
Devemos aprender a deixar as imagens, formas e cores nos embalar e surpreender a vida. Um fotografo não sai por ai tirando fotos a torto e a direita só para completar figurinhas num álbum, tem toda uma visão de ângulo, de espaço e de perspectiva por detrás de cada olhar seja ele crítico ou não.
Não é simplesmente sair por ai fazendo e fazendo sem prestar atenção naquilo que se faz. É necessário olhar e enxergar todo o contexto histórico e linha traçada que faz acontecer.

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